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Em 1597, a cidade japonesa de Nagasaki foi palco de terrível acontecimento, pouco conhecido ou raramente relatado pelos meios de comunicação:  O martírio de São Paulo Miki e seus companheiros, por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, e sua Santa Igreja.

O cristianismo foi levado para o Japão por São Francisco Xavier em 1549, chegando a ter milhares de seguidores.

Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.

Miki nasceu em 1564,em Tsunokuni no Japão. Filho de pais ricos foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez. Tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.

O imperador Toyotomi Hideyoshi, era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Assim a religião cristã foi proibida no Japão.

Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou.

São Paulo Miki e os seus 24 companheiros foram feitos prisioneiros pelos soldados do Imperador, submetidos a terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seriam executados. Alguns dos companheiros de São Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, quatorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.

Foram crucificados em Nagasaki, em 1597, na colina Nishizaka. Morreram cantando o Te Deum.

Antes de morrer, São Paulo Miki ainda discursou dizendo: “Agora que cheguei a este ponto extremo da minha vida, nenhum de vós há-de acreditar que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos portanto que não há outro caminho para a salvação do que aquele que possuem os cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar aos inimigos e a todos os que me ofenderam, eu livremente perdoo ao imperador e a todos os autores da minha morte e peço a todos que recebam o batismo cristão”.

Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e só a partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram, as igrejas voltaram a ser construídas e os cristãos do Império do Sol Nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.

 

Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

São Paulo Miki,  rogai por nós.

Publicado por João Sérgio Guimarães

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